Há muito tempo atrás em uma terra distante...
E essa frase complicou o aqui e o agora.
O príncipe nunca se pareceu mais com um sapo que hoje em dia. E por mais que você beije, o sapo é cada vez mais sapo.
As mudanças de nossa sociedade cada vez mais sobrexigente, modificou tanto homens e mulheres que se antes a compreensão era difícil, hoje nossa interação mesmo invadida por tantas formas de comunicação é cada vez mais confusa.
Os homens da atualidade nunca estiveram tão em contato com seu 'lado feminimo'. Abriram mão de sua 'ogrisse' e se sentem perfeitamente a vontade de usar um corretivo em plena luz do sol e sua pele, antes mais grossa e forte para aguentar as interpéries de sua função como homem, hoje pode ser mais macia que a sua.
E nós mulheres buscando nosso lado masculino, nossa agressividade, nossa independência tanto financeira quanto emocional, vestimos calças e usamos tênis. Sob protestos algumas vezes, tenho que dizer.
Porém, há uma visão distorcida dessa mudança.
A história infantil mais se parece com uma princesa que teve de rasgar seu vestido para descer a torre sozinha, se esconde esperando o príncipe chegar para pelo menos ele matar o dragão. O príncipe chega, não mais em um cavalo branco, já virou um gateado mesmo, manco e velho. O príncipe se assusta tanto quanto a princesa com o dragão. E agora, minha amiga, sua estória poderá ter três desfechos principais. A primeira é que ele vai embora, porque afinal de contas há de haver outra princesa de mais fácil acesso. A segunda é você respirar fundo e ajudar seu príncipe a matar o dragão e rezar para o resultado ser positivo. E a terceira é você ser a felizarda e seu príncipe ainda ser aquele, apesar de não mais com seu cavalo branco, o que mata o dragão e vem te resgatar! A parte de te salvar na torre, já está querendo demais!
Deixando a questão metafórica e filosófica de lado, voltemos a nossa realidade! O cerne da questão hoje é mais uma confusão de valores do que de papéis para homens e mulheres. A preocupação excessiva com o 'eu' está sendo confundida com egoísmo. Mas afinal, ainda vivemos em sociedade, lembra? A bandeira levantada de que não posso fazer nada que me agrida confundida com a total e completa falta de respeito com o outro. A sensibilidade das pessoas não significa que você tem em sua testa a frase 'eu sou confuso'. E não, não é só você que importa! As pessoas hoje se preocupam mais com a reciclagem do lixo e a preservação do planeta do que com a reciclagem e preservação de relações humanas. Se angustiam mais em descartar plástico do que em descartar pessoas. Sentimentos banalizados porque é tão fácil dizer, mas onde foi parar o sentir? O sentir foi normatizado e os sentimentos modulados. Eu gosto, eu amo, eu sinto saudade... não, não, não, ainda é muito cedo para eu sentir essas coisas. Eu gosto, eu amo, eu sinto saudade... na verdade não é nada disso, mas o que que tem? Que mal eu dizer isso fará para mim?
E no meio a toda essa confusão, nós mulheres ainda queremos a mesma coisa. O velho e obsoleto sentimento de proteção. Ainda queremos a nossa Fera ou o caçador quem vem nos salvar do lobo mau!
O que me leva a pensar que a espécie humana estaria rumando a extinção se não fossem as pessoas (mais sábias?) que não pensam em nada disso e assim garentem a nossa sobrevivência.
O mundo das pessoas pensantes virou o mais caótico dos mundos! E você ainda se acha inteligente... pois é! Vejo aqui duas opções. Uma mudança nos padrões de literatura infantil com abolição completa dos contos de fada ou...
Homens! Por favor, devolvam nossas maquiagens e voltem a ser homens com H (maiúsculo, enfatizo!). E você, querida amiga Bela Adormecida, acorda! E vai viver a vida!
Afinal, o que vocês querem?!
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