domingo, janeiro 09, 2011

Ela, a Bendita Felicidade

'Ninguém pode me obrigar a ser feliz a sua maneira'. - I. Kant


Não sei quem é o autor da foto.

A felicidade me intriga!
Uma vida em tua busca.
Onde estás escondida?
Você mora aqui dentro ou aí fora?
Tantos livros escritos!
Páginas guiando teu encontro.
Devoradas por milhares de leitores.
Seremos assim tão infelizes?
E eles, os escritores, onde te acharam?
Será uma dádiva, um código genético melhorado?
Ou um bando de atrapalhados?
Ei, alguém realmente já te decifrou?
Não entendo, quem é você?
Um desejo saciado? Uma enorme alegria?
Não estão te confundindo, isso não seria mania?
Mas pense! Você é cega?
Já parou para olhar o nosso mundo?
Então, mal te vejo, onde está você?
Você é histérica? É eufórica?
Me fala! Quem é você?!
Você me escuta?
Ou és tão privada de sentidos?
Ah, felicidade, sua tirana!
Nos impuseram te dominar como um padrão social!
Do contrário somos estranhos, pessimistas.
Perdidos, questionando, o que há de errado conosco afinal?
Comprimidos de vários tamanhos, formatos e cores invadindo nossa rotina.
Nessa busca frenética pela adequação.
Serão mesmo os outros tão felizes?
Acho que Goethe estava certo quando dizia:
'Nada é mais difícil de suportar do que uma sucessão de belos dias.'
E agora Felicidade, explica!
Aprendemos palavras estranhas, incorporadas em nossas vidas.
Será a serotonina?
Não, aumente a noradrenalina, ou será uma questão de conformação cerebral?
Só um pouco, não seria isso o normal?
E tudo ainda se complica!
Fizeste um pacto com a tal paz interior!
Por favor, alguém explica que diabo isso significa!
Te acho tão megalomaníaca que queres ser plena!
Nos poupe dessa utopia!
Vamos ser realistas!
A infelicidade também é nossa amiga.
Quero meu direito a melancolia. Com ela me expresso!
Quero viver serena meus dias de tristeza, eles me pertencem.
Quero chorar sem estar escondida.
Quero experimentar a dor.
Quero reinventar a solidão!
Nem me venha com esse papo! Nem tudo é depressão!
Entao, felicidade, eu te digo
Se és isso tudo que dizem.
Não te quero ao meu lado.
A felicidade que conheço, não tem escalas, não tem padrão.
Me agarro a essa estranha que hoje não tem mais nome.
Mas permite que eu apenas seja, sem ressalvas.
Não precisa definição.
Não quero essa felicidade clandestina.
E te afirmo, sem receio, o que vale nessa vida é simplesmente sentir-se bem. Ponto final.

E você aí me lendo, és MESMO tão feliz assim?

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